Saturday, May 30, 2009

DUAS ESTÓRIAS SOBRE A SALVAÇÃO DO ROCK

São duas as estórias que eu quero contar e vou começar do final, das memórias mais frescas na minha cabeça.

HARD TO EXPLAIN 
(review)

Acabei de chegar em casa. Meus pés estão queimando, meu ouvido apita e minhas lentes... grudadinhas nos meus olhos. É que tem muita fumaça no rock: do gelo seco à nicotina, é impossível sair cheiroso do Órbita.


Hoje tivemos, abrindo a noite, uma banda autoral bem interessante. E eu que só aceito chorus na introdução de “Teenage Riot”, eu que sou tão chata e não me agrado mais com quase nada, me surpreendi. E vou contar pra vocês: no Órbita o caché da banda autoral é 200 reais menor que o da cover. Mas como assim? Difícil explicar. Não me arrisco. Nem vou reclamar de barriga cheia. Pra quem cresceu tendo que criar todas as possibilidades de uma apresentação - o som, o lugar e até o público - qualquer caché que vem é uma imensa alegria. E não me entendam mal que não estou sendo irônica.


O pessoal nos recebeu muito bem lá. Tem um menino tão prestativo que sempre fico envergonhada e vira uma bola de neve quando eu, tímida por ele estar me ajudando, vou lá tentar ajudar ele e fico pensando se não tá parecendo que eu tô fazendo isso com medo de ele quebrar alguma coisa. Não é isso. Só quero ajudar. Cresci no noise, sem roadie, sem caché e com a alma preenchida de glória.


Engraçado que todo show dos Casablancas é marcado por um acontecimento importante: o primeiro foi na despedida da Marina, os outros não lembro tão bem, mas teve um que foi na primeira sexta-feira do ano e hoje foi o casamento de dois jovens. Casamento tal que me rendeu uma florzinha amarela na orelha, depois no braço da guitarra. 


Tem um nome que combina bem com a apresentação de hoje: “Hard To Explain”, como na música. Afinal de contas, que tipo de pessoa espera até a 12ª música pra entrar no clima? Num show da Café isso provavelmente daria mais que um repertório. Foi complicado aquecer hoje. Sem puxação, a Marina faz uma falta tremenda na platéia. Difícil explicar alguns dos erros cometidos, do tipo “era em que casa mesmo?”. Muito stress acumulado, quem sabe... Esses shows sempre são melhores nas férias. Mas o que importa mesmo é que os Strokes salvaram o rock em 2001 e desde janeiro de 2008 eles têm salvo a cada 6 meses, mais ou menos, quando alguém nos chama pra tocar. Senti certa solidão quando, mentalmente, tentava justificar meus erros no meio da apresentação. É que eu estudo arquitetura e o curso é muito pesado. Na UFC mais do que na UNIFOR. Já fiz os dois. Mas quem vai entender? Só mesmo a Lia, que estava lá também.


Fico feliz porque estava quase todo mundo lá. Gente que eu não via desde os 13 anos, como é de praxe nos shows dos Casablancas. Gente da mais hype à mais desengonçada e dos dois em um só. Sr. Ferro e sua bela namorada; alguém que perguntou se eu tenho namorado... (sim, o baixista); o menino da “Eletricityscape”; os amigos do Lucas; os amigos do Daniel; os amigos do João e os amigos do Cabeliso. Mas a próxima estória é sobre alguém que não estava lá.


O PILOTO

Há vários meses, eu freqüentemente recebia essas ligações com o “11” na frente. “É que sou de São Paulo, estou na cidade e quero ver um show de vocês”. E eu pensava: “Em que mundo ele vive? que banda autoral tem canto fixo pra tocar e data confirmada com meses de antecedência?”. Ficava sempre muito triste em dizer que a gente não ia tocar aquele final de semana e nem tínhamos previsão. 


Um tempo depois, um belo dia, ele me liga de novo “É que eu estou em Fortaleza, vocês vão tocar no fim do mês, né?” E me pediu pra ver um ensaio já que o desencontro virou quase que uma garantia sempre que ele vinha aqui. 


Eric é piloto de avião comercial, com freqüencia vem em Fortaleza e salvou o rock naquela tarde de sábado. O ensaio que deveria terminar mais cedo começou com umas duas horas de atraso e um stress coletivo, estampado em nossos rostos. “Vocês ainda não perceberam que a zica aqui sou eu?” Que nada, Eric.


Lembro muito bem do meu primeiro show fora de Fortaleza. Com a Café, em Maceió. Viajamos por 15 horas e só tinha uma pessoa na platéia. Aí o Cabeliso disse que se não tivesse ninguém não tinha por quê tocar, mas, se tinha uma só pessoa, já era o suficiente. Aí a gente tocou e, como num filme sessão da tarde, foi chegando mais gente e mais e gente e o show foi lindo.


E o ensaio foi assim. Na primeira música o stress passou e nossa platéia, bastante animada, ia nos animando também. Músicas que a gente não tocava há eras, tocamos sem um errinho sequer. “Razorblade”, que a gente nunca tinha tocado antes, saiu bem bonitinha. Nosso ensaio foi salvo das cobranças, dos erros por falta de atenção, do desânimo e mais uma vez o rock sobreviveu. Foi salvo por um carinha de sotaque estranho numa cadeira de plástico. 


Valeu, Eric!


...E até a próxima!  : )

Sunday, May 10, 2009

THE CASABLANCAS E CAETANO VELOSO!




...no mesmo dia, na mesma hora, em lugares diferentes!

The Casablancas

dia 29 de maio
no Órbita 
de graça até a 100ª pessoa 
r$12,00 da 101ª em diante
a partir das 22h.


Caetano

dia 29 de maio
no Siará Hall
não sei de quanto está o ingresso
a partir das 22h.

fica a seu critério, mas só perdôo quem faltar o Órbita pra ver o Caetano!

:)